segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Calor intenso é mais um desafio para gerenciamento do sistema elétrico


O calor muito acima da média registrado nos últimos dias fez o consumo de energia crescer em todas as regiões do Estado. Na área de área de concessão da Celesc, onde são atendidas quase 2,6 milhões de unidades consumidoras, foram registrados recordes de demanda máxima na semana passada, ou seja, o momento em que mais se exigiu energia disponível para atender o volume do consumo.



No dia 21, às 15h30, a demanda chegou a 4.358 MW e no dia seguinte, 22, esse recorde foi batido novamente às 14h30, com demanda máxima de 4.596 MW. O último recorde havia sido de 4.132 MW em 21 de fevereiro de 2013. Com isso, a demanda máxima por energia apresentou variação de 11,25%. Nos últimos cinco anos, a média de crescimento estava na casa dos 4 a 5%. Neste ano, somente na região da Grande Florianópolis, essa variação na demanda chegou 18,06% e na região de Jaraguá do Sul subiu 16,05% (veja quadro abaixo).


Em todo o País, de acordo com dados da PUC/RJ, a principal causa dos grandes picos de demanda é o uso intensivo de refrigeração, especialmente nas primeiras horas da tarde com altas temperaturas. Os cálculos da PUC/RJ apontam que 80% do consumo do setor de comércio está dirigido para suprir os sistemas de ar condicionado. Em dias mais amenos, o pico continua sendo no horário historicamente tradicional.

Em Santa Catarina, a demanda deve permanecer alta até o final da primeira semana de fevereiro com a previsão de uma nova onda de calor e temperaturas passando rapidamente dos 30°C no final das manhãs e se aproximando dos 40°C à tarde, especialmente no Litoral e Vale do Itajaí, regiões em que a sensação de calor pode alcançar 50ºC.

Especialistas apontam que para promover a climatização correta e manter o conforto ambiental, a temperatura deve ser mantida em 24ºC, o que permite uma umidade relativa do ar em torno 55%, mais adequada para preservar a saúde.

Demanda e geografia – Além da questão das temperaturas extremas (calor ou frio), a demanda crescente e as condições geográficas do território catarinense são os grandes fatores que influenciam o gerenciamento do sistema elétrico no Estado.

Com base nos indicadores de duração (DEC) e frequência (FEC) das ocorrências no sistema elétrico na área de concessão da Celesc, três áreas demandam maior preocupação e necessitam de obras prioritárias: o Planalto Norte e a região continental da Grande Florianópolis onde nos últimos anos, por questões sociais e econômicas, os índices de crescimento de mercado têm sido bem superiores à média do mercado catarinense, além do Alto Vale do Itajaí, onde o problema principal são os reflorestamentos.

Alto Vale - Uma da região problemática para a Empresa é a região do Alto Vale catarinense. Lá, a grande causa das ocorrências está associada a dois fatores: intempéries (é uma região muito susceptível a chuvas fortes, alagamentos e enchentes) e a presença de grandes áreas de reflorestamento.

Na última década, no Alto Vale, os reflorestadores passaram a preferir a plantação de eucalipto ao pinus. O eucalipto, em apenas dois anos, atinge altura suficiente para atingir a rede de alta tensão. O momento ideal para o corte se dá quando as árvores estão com 40 metros.

Nessa condição, a faixa de segurança para o sistema elétrico somaria 80 metros de largura, 40 metros para cada lado da rede. Além disso, a maioria das áreas de reflorestamento no Alto Vale (cerca de 90%) possuem menos de 50 hectares e não têm regulação específica, ou seja, não há controle sobre o plantio.

No verão, o eucalipto descasca. A casca solta, voa com a força dos ventos e alcança facilmente a rede elétrica. Dados da Celesc dão conta que 90% das ocorrências no sistema devem-se a essa causa.

Outro detalhe do processo: existem, na região, cerca de 13.000 propriedades que produzem fumo. A característica predominante é que essas áreas são divididas em três atividades: a área para lavoura do fumo, a área para criação de gado (que gera produção de carne, leite) e o plantio de árvores para lenha que aquece as estufas.

As árvores são plantadas justamente próximo às cercas das propriedades, lindeiras às estradas, onde está situada a rede elétrica. A localização das árvores se deve à facilidade do acesso ao transporte na retirada para corte ou comércio e se configura em mais um risco para o sistema elétrico.

Verão – Nessa época, devido à posição geográfica e ao relevo acentuado, Santa Catarina sofre forte influência de frentes frias, massas tropicais e polares. Essas condições climáticas podem resultar em chuvas fortes, vendavais, tornados, enchentes, geadas e/ou variações sazonais intensas de temperatura, trazendo sérias consequências para a população, inclusive a interrupção do fornecimento de energia elétrica.

A maior parte das faltas de energia ocorre, após as tempestades de verão, devido ao lançamento de árvores, galhos, objetos metálicos, placas, telhas, entre outros, sobre a rede elétrica e dependendo da força do vento, até postes e transformadores são arrastados, interrompendo o fornecimento de energia.

via Celesc
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